
E o BarCamp de Tradutores teve a sua terceira edição na terra da garoa!
Nos encontramos em um sábado com um clima bem típico (uma mistura de calor, vento e chuva), em um local arborizado e muito agradável na famosa Rua Bom Retiro, na Oficina Cultural Oswald Andrade.
Éramos em vinte e um, desde estudantes de Letras e iniciantes a tradutores mais experientes. Como sempre, a atmosfera estava ótima e descontraída, graças às organizadoras Priscila e Bárbara que sempre nos deixam à vontade e à Juliana Saul, que além de fazer parte da organização, nos brindou ao palestrar sobre um tema importantíssimo: a ética na tradução.
Antes da palestra, como de costume, cada um fez uma breve apresentação, e não demorou muito para as novidades surgirem: a Ana Julia Perroti-Garcia, sempre engajada em ótimos projetos, falou um pouco sobre os programas disponíveis de Audiodescrição e Legendagem para Surdos e Ensurdecidos e destacou o crescimento dessa área. Ainda no tema “programações”, destacamos o evento da Abrates e o que ele pode proporcionar: networking, contato com empresas estrangeiras, oportunidade de interpretar na cabine etc. Em seguida, para instigar a criticidade do pessoal, a Juliana lançou a pergunta: “O que é ética profissional”?
Após algumas considerações dos colegas, tivemos a resposta formulada: “É o conjunto de normas éticas que formam a consciência do profissional e representam os imperativos de sua conduta. “
A partir daí, o assunto deu pano pra manga. Conversamos sobre o que essa ética envolve: aperfeiçoamento, valores morais, satisfação pessoal por fazer a coisa certa, reconhecimento de clientes e colegas e até a formação de círculos virtuosos. Afinal, quem não gosta de estar perto de uma pessoa ética?
Para trazer o assunto à nossa profissão, a palestrante mencionou que a ética deve estar presente até nos nossos orçamentos: TUDO deve estar especificado ao cliente, até o que não fizer parte dos nossos serviços. Transparência é essencial. A concordância foi unânime.
Ainda no patamar tradutório, falamos sobre algumas regrinhas:
- Competência: trabalhe da melhor forma possível e com todas as ferramentas ao seu alcance;
- Qualidade e pontualidade: o cliente mandou glossário? Consulte-o e sempre entregue o trabalho no prazo;
- Prestação de contas: coloque as referências consultadas no e-mail de entrega (como site do cliente, glossários etc.). Não custa, não faz mal à ninguém e pode até evitar futuras dores de cabeça;
- Honestidade e humildade: falhou ao entregar o trabalho no prazo ou errou em alguma parte? Fale a verdade, assuma os seus erros e aprenda com eles. Faz parte da ética;
- Acordo de confidencialidade: é uma questão legal. Siga à risca. Se existir outras alternativas, converse sobre elas com o cliente;
- Integridade: não se venda por situações “vantajosas”. Faça o que é correto;
- Precaução: a casa da mãe, de um amigo próximo ou aquela cafeteria pertinho de casa podem salvar a pele quando acabar a luz;
- Sinceridade: não ofereça o que não puder cumprir;
- Respeito: ao revisar o trabalho de um colega, não altere o estilo e corrija os erros sem atacar a pessoa. Isso também serve para possíveis erros nos arquivos originais: aponte-os. Não precisa atirar mil pedras;
- Comprometimento: tenha uma postura transparente com os PMs, coordenadores e com o público-alvo. Não importa a tarifa paga pelo trabalho, dê o seu melhor.
Enfim, o assunto é tão vasto e a participação de todos foi tão ativa que a palestra parou na metade.
Como o encontro é colaborativo e todos opinam, é possível que retomemos o tema em uma das próximas edições.
Parabenizo as organizadoras pelo tempo de qualidade proporcionado e pelo empenho em construir cada vez mais a nossa imagem como profissionais. É através da troca de experiências que aprendemos e melhoramos.
Espero vê-los na próxima edição!