
Nunca tive dúvidas sobre qual seria minha profissão, desde garota queria ser médica. Em 1987, já no penúltimo ano da faculdade, fui convidada a fazer um teste de tradução em uma editora especializada em livros da área de saúde. Pensei que seria uma forma provisória de ganhar algum dinheiro até concluir o curso e resolvi aceitar. Embora nunca tivesse passado pela minha cabeça ser tradutora, havia feito um curso de tradução antes de iniciar a faculdade, apenas para não me afastar do estudo de inglês. Ainda na adolescência, gostava de traduzir trechos de alguns livros e comparar com a edição em português, mas era só uma diversão. Assim, fiz o teste numa sala na própria editora, com a ajuda de alguns dicionários e, aprovada, comecei a traduzir.
Depois de concluir o curso de medicina, mantive as duas profissões paralelamente durante algum tempo, mas não estava satisfeita. Eu gostava muito mais de traduzir que de exercer a profissão de médica. Apesar disso, não foi uma decisão fácil. Relutei bastante — é difícil deixar uma profissão depois de investir e se preparar por tanto tempo —, mas acabei me convencendo de que a melhor opção seria me dedicar à tradução e me profissionalizar.
Agora sei que não poderia ter feito escolha melhor. Eu me mantive bem próxima da área médica e ainda estou sempre me atualizando pela leitura dos próprios textos a traduzir e pelas pesquisas que preciso fazer muitas vezes. De certo modo, juntei as duas paixões, já que me especializei na tradução de textos médicos e farmacêuticos e, é claro, minha formação acadêmica em medicina foi muito útil para o ingresso na profissão.
Claudia Araujo, tradutora IN > PT, residente no Rio de Janeiro, RJ. Especializada em tradução nas áreas médica e farmacêutica.
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